segunda-feira, 28 de maio de 2018

Segue a dica: Leonardo Da Vinci de Walter Isaacson

Já falamos em outros posts quais são os valores que tornam um bem um patrimônio cultural. Sabemos que não são só valores históricos e estéticos, mas também valores cognitivos, formais, afetivos, pragmáticos, éticos e simbólicos. Se faz necessário conhecer não só a história, mas localizar o bem em sua época, sua passagem no tempo e entender o porquê de suas particularidades e seus valores.

Vários livros de autores renomados na área destrincham diversas questões que nos ajudam a entender esses valores. Podemos citar, por exemplo, o livro História da arte como história da cidade de G. C. Argan. É uma leitura difícil. Eu mesmo li 3 vezes, já fichei e mesmo assim sinto que preciso rever o texto novamente.

Mas o livro Leonardo da Vinci, de Walter Isaacson, é uma leitura tranquila e muito interessante. O autor, que também escreveu a biografia de Steve Jobs da Apple, conta em detalhes a vida, do nascimento à morte, do artista renascentista Leonardo Da Vinci. 

O que torna a leitura extremamente agradável é o olhar do autor para a pessoa em questão. Um olhar de biógrafo, que consegue passar aos leitores o porquê de Leonardo ser considerado um dos maiores artistas renascentistas (se não o maior), como também o porquê de suas obras, como Mona Lisa, A Última Ceia, São João Batista entre outras, serem consideradas obras primas.

O livro fala como era o trabalho de Leonardo no ateliê, seus sonhos, suas expectativas, sua vida pessoal, como também da época do renascimento. Época que, com o surgimento da imprensa, permitiu que o conhecimento pudesse ser compartilhado por muitas outras pessoas, muito semelhante ao surgimento da internet nos nossos tempos.

Fica aqui a dica e aguardo comentários pós leitura!

*imagens da autora

Postado por Cristiane Py

Um comentário:

  1. O livro é bom, mas senti falta de uma pegada historiográfica mais qualificada.

    Exemplo: a instabilidade dos trabalhos de Da Vinci está muito mais associada à estrutura sócio-econômica e política da península itálica, baseada em Cidades-Estado muito independentes e em “tempos históricos” díspares (logo, contratos de trabalho muito inseguros e instáveis), do que propriamente no “gênio indomável” do artista.

    Aliás, minha visão é que Leonardo era mais suor e menos intelecto do que tanto se prega. Era um “anotador” compulsivo e certamente um livre pensador. Isso facilita muito a alimentação do mito. Sorte não ter vivido 150 anos depois. Teria sido queimado na Inquisição.

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