No post A importância do diálogo nas intervenções de restauro - Parte III, falamos sobre o projeto Carré d'Art, Museu de Arte Contemporânea, de autoria do escritório Foster+Partners. Localizado na cidade de Nimes na França, o museu, inserido em um tecido e ambiência histórica, respeitou e dialogou com o seu entorno demonstrando como uma arquitetura contemporânea pode integrar-se ao sítio histórico sem abrir mão da sua atualidade.
Mas não precisamos ir tão longe para encontrarmos bons exemplos de projetos contemporâneos inseridos em tecidos urbanos históricos. A nova unidade do SESC - Serviço Social do Comércio, localizada em uma esquina na rua 24 de maio no centro antigo de São Paulo, é, a meu ver, um dos melhores exemplos de restauro urbano.
Vale lembrar que essa área do Centro Histórico de São Paulo, além de ser exclusiva aos pedestres, é marcada por conter várias galerias que cruzam os quarteirões e que se misturam com o tecido urbano. Podemos citar a tão famosa Galeria Olido, a Galeria Presidente, a Galeria P. Monteiro, o Boulevard do Centro e a conhecida Galeria do Rock, todas elas no entorno próximo ao SESC.
Entrada da Galeria Olido pela Av. São João |
Galeria Presidente, localizada em frente ao SESC |
Vista do SESC a partir da Galeria Presidente |
Galeria R. Monteiro localizada ao lado do SESC |
Galeria do Rock com acesso pela Av. São João e rua 24 de maio |
Boulevard do Centro, também no entorno do SESC |
O projeto, de autoria do escritório Paulo Mendes da Rocha + MMBB Arquitetos, consistiu em uma grande reforma com aumento de área em uma edificação, sem valores culturais, que antes era ocupada por uma loja de magazine. A nova arquitetura tirou partido e resgatou os valores das antigas galerias, fazendo o SESC não só se abrir e convidar São Paulo para adentrar, como também ser um ponto de partida para a revitalização do abandonado Centro Histórico de São Paulo.
A esquina agora ocupada com a nova unidade do SESC |
O andar térreo aberto para a cidade. Resgatando os valores das antigas galerias |
Rampas dão acesso aos andares superiores fazendo a circulação aberta do térreo prolongar-se por todo o conjunto |
Espaços livres dos andares superiores. Áreas de descompressão no agitado Centro Paulistano |
Os demais pisos também abrem-se para a cidade. |
Sistemas de sprinklers. Alternativa para o combate contra incêndios nas rampas não enclausuradas. |
Áreas abertas em todo o conjunto |
* imagens da autora - abril de 2018
Postado por Cristiane Py
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