quinta-feira, 22 de agosto de 2019

A Casa Amarela da Vila Romana na Jornada do Patrimônio 2019

Neste fim de semana aconteceu em São Paulo a Jornada do Patrimônio e como fazemos desde 2017 segue um post falando de uma das atrações.

Ano passado falamos sobre o roteiro de memória no bairro do Pacaembu, em que fomos proponentes, e em 2017 falamos da oficina de limpeza de fachadas históricas no Teatro Municipal.

Esse ano optamos em falar sobre um imóvel histórico.

Vale lembrar que a Jornada do Patrimônio em São Paulo tem programações que atendem a todas as regiões da cidade e programas que variam de: palestras, oficinas, roteiros de memória, imóveis históricos, apresentações artísticas e cortejos de memória. Para quem perdeu este ano fica a dica para o ano que vem!

O imóvel que visitamos e falaremos hoje é a Casa Amarela da Vila Romana.

Construída em 1921 pelo bisavô da atual proprietária, Janice,  este conjunto de duas casas conjugadas foi construído antes do bairro ser loteado, aonde antes era um sítio e com a finalidade de alugar para italianos recém chegados ao Brasil.

Logo na entrada podemos ver a fachada restaurada com pintura a base de cal e na testeira o ano da construção. A casa da direita (para quem olha a partir da rua) é a atual morada da Janice e não está aberta para visitação. Essa primeira casa sofreu alterações para se adaptar aos novos modos de vida. Já a casa da esquerda mantém a distribuição interna dos espaços conforme sua construção em 1921. Reparem pelas fotos que não há corredor separando os cômodos o que força as pessoas a cruzarem um espaço para chegar em outro. Esse tipo de distribuição dos ambientes é conhecido como casa vagão. Atualmente a Janice mantém neste espaço uma galeria e desenvolve trabalhos com os antigos moradores do bairro que moram lá desde a época das grandes indústrias e fábricas. Vale lembrar que a Vila Romana era no passado uma região fabril e que apenas há poucas décadas mudou seu perfil para um bairro residencial intensificando sua verticalização.

Outro fato interessante é que o conjunto das duas casas se encontra hoje em processo de tombamento no Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo - CONPRESP com pedido feito pela proprietária do imóvel, mostrando que a valorização do Patrimônio Cultural Edificado pode e deve ser feito também por pessoas que prezam pelas memórias de um tempo passado.

Casa Amarela da Vila Romana
Casa Amarela da Vila Romana
Casa Amarela da Vila Romana - reparem que é um conjunto de 2 casas independentes

Data do ano da construção e os números das duas moradas
porta de acesso  - original de 1921
Esquadria de madeira -  original de 1921
Distribuição dos ambientes sem corredor - tipologia conhecida como casa vagão

Distribuição dos ambientes sem corredor - tipologia conhecida como casa vagão
um dos trabalhos expostos na galeria realizado por antigas moradoras do bairro.
Texturas de paredes

Nesta foto eu com Janice, proprietária  que solicitou o  tombamento do imóvel junto ao CONPRESP. Preocupação em manter as memórias de um bairro aonde a especulação imobiliária vem atuando mudando o contexto da região.

*imagens da autora
*para conhecer a Casa Amarele acesse: https://www.janicedepiero.art.br


Postado por Cristiane Py

terça-feira, 13 de agosto de 2019

O patrimônio cultural do bairro de Perdizes agradece.

No último post citamos uma frase do livro do Ned Kaufman. Neste livro, com debates atuais sobre patrimônio cultural, o autor ressalta a importância da participação da comunidade tanto no reconhecimento do patrimônio cultural como também na sua preservação. Ele fala que as associações de bairros e líderes comunitários são os principais parceiros que as instituições responsáveis pela preservação do patrimônio podem ter.

Eis que, durante a leitura, chega a revista Perdizes e Região em nosso escritório tendo na capa a chamada Roteiro dos 40 imóveis Tombados na Região

A matéria Cheio de História para Contar destrincha os casarões tombados e preservados do bairro e seus usos que variam de residenciais para idosos, paróquias, pizzarias, colégios, lojas, drogarias, cafés e restaurantes, ou seja, o patrimônio cultural edificado participando ativamente do cotidiano  dos moradores e visitantes do bairro.

No fim da matéria há uma lista dos 40 imóveis tombados do bairro e suas localizações.

Com 25 mil exemplares entregues em mais de 700 condomínios da região e com uma média de 4 leitores por revista, o patrimônio cultural do bairro agradece!






*imagens da autora

Postado por Cristiane Py