sexta-feira, 13 de abril de 2018

Restauro Urbano - O projeto do SESC 24 de maio

No post A importância do diálogo nas intervenções de restauro - Parte III,  falamos sobre o projeto Carré d'Art, Museu de Arte Contemporânea, de autoria do escritório Foster+Partners. Localizado na cidade de Nimes na França, o museu, inserido em um tecido e ambiência histórica, respeitou e dialogou com o seu entorno demonstrando como uma arquitetura contemporânea pode integrar-se ao sítio histórico sem abrir mão da sua atualidade.

Mas não precisamos ir tão longe para encontrarmos bons exemplos de projetos contemporâneos  inseridos em tecidos urbanos históricos. A nova unidade do SESC - Serviço Social do Comércio, localizada em uma esquina na rua 24 de maio no centro antigo de São Paulo, é, a meu ver, um dos melhores exemplos de restauro urbano.

Vale lembrar que essa área do Centro Histórico de São Paulo, além de ser exclusiva aos pedestres, é marcada por conter várias galerias que cruzam os quarteirões e que se misturam com o tecido urbano. Podemos citar a tão famosa Galeria Olido,  a Galeria Presidente, a Galeria P. Monteiro, o Boulevard do Centro e a conhecida Galeria do Rock, todas elas no entorno próximo ao SESC.

Entrada da Galeria Olido pela Av. São João
Galeria Presidente, localizada em frente ao SESC 
Vista do SESC a partir da Galeria Presidente
Galeria R. Monteiro localizada ao lado do SESC
Galeria do Rock com acesso pela Av. São João e rua 24 de maio
Boulevard do Centro, também no entorno do SESC


O projeto, de autoria do escritório Paulo Mendes da Rocha + MMBB Arquitetos, consistiu em uma grande reforma com aumento de área em uma edificação, sem valores culturais, que antes era ocupada por uma loja de magazine. A nova arquitetura tirou partido e resgatou os valores das antigas galerias, fazendo o SESC não só se abrir e convidar São Paulo para adentrar, como também ser um ponto de partida para a revitalização do abandonado Centro Histórico de São Paulo.


A esquina agora ocupada com a nova unidade do SESC
O andar térreo aberto para a cidade. Resgatando os valores das antigas galerias
Rampas dão acesso aos andares superiores fazendo a circulação aberta do térreo prolongar-se por todo o conjunto
Espaços livres dos andares superiores. Áreas de descompressão no agitado Centro Paulistano
Os demais pisos também abrem-se para a cidade.
Sistemas de sprinklers. Alternativa para o combate contra incêndios nas rampas não enclausuradas. 
Áreas abertas em todo o conjunto

* imagens da autora - abril de 2018
Postado por Cristiane Py