terça-feira, 12 de setembro de 2017

Curiosidade - O Rockefeller Center sem a pista de patinação.


A preservação do patrimônio moderno vem gerando várias discussões referente à metodologia e às técnicas a serem utilizadas.

A existência de documentos (desenhos, plantas, perspectivas, fotos, vídeos, maquetes, etc..) é o que gera mais discussão pois se acredita que, tendo esses documentos em mãos, seja possível reverter a edificação ao seu original ou até reconstrui-la (ver o post Check Point Charlie).

Com já foi citado em outros posts, o restauro do patrimônio edificado não visa um retorno do bem à sua configuração original pois as marcas, mudanças e acréscimos ocorridos durante o tempo também fazem parte do patrimônio e devem ser estudadas e analisadas segundo metodologias próprias.

Ao introduzirmos essa questão, gostaria de falar de uma curiosidade referente ao complexo do Rockefeller Center localizado em Nova Iorque - EUA e reconhecido como patrimônio nacional.

Segundo Kenneth Frampton, o Rockefeller Center começou como uma grande peça de desenvolvimento imobiliário, com base no desejo do Metropolitan Opera Company de ter um novo auditório em um novo local mas, em função da crise, os planos mudaram e quem se instalou no complexo foi a Radio Corporation of América e suas subsidiárias. Ou seja, é muito comum uma construção não seguir as idéias do projeto inicial sendo ele modificado várias vezes (além das mudanças ocorridas durante a execução da obra que acabam não sendo registradas).

Bom, o mais curioso do projeto do Rockefeller Center está relacionado a sua famosa pista de patinação ao ar livre. Essa pista não fazia parte do projeto original. Ela e os restaurantes foram construídos, segundo Frampton, alguns anos depois em função da falência das lojas que haviam sido previstas inicialmente.

Não só o Rockefeller Center mas muitas outras edificações passaram por transformações e mudanças  no decorrer do tempo. Ao se restaurar um patrimônio edificado deve-se sim usar como material de pesquisa todos os documentos disponíveis mas lembrando que serão os valores culturais do patrimônio (cognitivos, formais, afetivos, pragmáticos e éticos, segundo Menezes) que deverão ser levados em questão.

* imagens da autora
Postado por Cristiane Py

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