Ontem, 7 de setembro, foi comemorado no Brasil o dia da Independência e não podemos deixar de falar do Museu Paulista da Universidade de São Paulo, mais conhecido como Museu do Ipiranga.
Inaugurado em 1895 como um monumento-edifício em homenagem a Independência do Brasil, o Museu do Ipiranga se encontra fechado desde 2013 devido ao péssimo estado de conservação. Sua reabertura, após as obras de restauro incluindo a acessibilidade, está prevista para 2022.
Os problemas de degradação no Patrimônio Cultural Edificado são geralmente causados por falta de uso, falta de manutenção periódica e o uso de materiais incompatíveis com a estrutura e as técnicas originais. No caso do Museu do Ipiranga os dois últimos itens foram o que aceleraram a sua forte deterioração.
A edificação, em estilo eclético, foi construída com tijolos cerâmicos, uma novidade na época que as construções paulistas eram feitas de taipa de pilão, e as argamassas e os acabamentos foram feitos a base de cal.
A pintura a base de cal, conhecida como caiação, tem como característica principal permitir que a alvenaria e os rebocos transpirem, evitando o acúmulo de sais solúveis.
Nas últimas décadas o museu recebeu pinturas com tintas sintéticas que criaram uma película impermeável impedindo a evaporação dos sais que acabaram se cristalizando no interior dos revestimentos causando tensões internas. Muitas das patologias existentes, como a soltura dos rebocos, foram causadas pelo uso de tinta não apropriada.
Trabalhar em um pré-existente é um desafio para o profissional arquiteto pois exige um conhecimento aprofundado da edificação que está sendo revitalizada ou restaurada (em casos de bens culturais).
O conhecimento da técnica e materiais adotados, da tipologia, do valor histórico (em todo o decorrer da existência da edificação) e do valor social são itens indispensáveis para a tomada de um partido arquitetônico que dará as diretrizes do projeto e cabe ao profissional responsável por qualquer intervenção em bens culturais um sólido conhecimento sobre a edificação pré-existente.
Para mais aprofundamento em argamassas tradicionais veja o livro de Maria Isabel Kanan
* Imagens da autora e da web - acesso em set/2016
* croquis - manual prático Cristiane Py
* para mais informações sobre o Museu Paulista acesse: www.museudoipiranga.com.br
postado por Cristiane Py
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