Um dos desafios centrais nas intervenções em patrimônio cultural edificado é a incorporação de critérios de acessibilidade, que historicamente seguiam caminhos dissociados dos princípios de preservação. Durante décadas, o distanciamento entre essas disciplinas dificultou projetos de restauro orientados para a inclusão. No entanto, atualmente, considera-se que integrar acessibilidade ao patrimônio é uma necessidade imperativa para projetos contemporâneos.
No caso de construções centenárias, é compreensível que a aplicação literal das normativas modernas seja limitada; por isso, diretrizes de acessibilidade devem ser avaliadas individualmente, respeitando as metodologias específicas de restauro.
A seguir, apresentamos um estudo realizado para o Museu do Café, em Santos, no Salão do Pregão. Embora pessoas com deficiência (PCD) conseguissem transitar pelo espaço, os degraus dificultavam o acesso ao espaço sob o vitral e às telas de Benedicto Calixto. Desenvolvemos rampas desmontáveis e removíveis, sem interferir na estrutura original, respeitando, assim, a integridade material do patrimônio.
Como se observa nas imagens, a intervenção produz um impacto visual evidente, porém positivo: um testemunho do compromisso com a inclusão, refletindo um tempo de transformações sociais em que o patrimônio cultural acolhe a todos
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Rampa de acesso para as telas de Benedicto Calixto |
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Rampa de acesso para a área sob o Vitral |
* fotos montagem - Py Vieira Arquitetura e Eventos Ltda.