segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

ArquiMemória 05 - Encontro Internacional sobre Preservação do Patrimônio Edificado

No final do mês passado teve início em Salvador - BA, o encontro internacional ArquiMemória 5. Foram 5 dias de palestras, mesas redondas, apresentação de trabalhos e lançamentos de livros voltados para a Preservação do Patrimônio Cultural.

Difícil expor tudo o que foi discutido no encontro mas resolvi eleger, para este post, um projeto apresentado pelo consultor da Unesco e arquiteto italiano atuante há mais de 50 anos na área da preservação e do restauro, Andrea Bruno.

O arquiteto abriu o primeiro dia de palestras falando sobre a sua vivência de criança no período de guerra; sobre as casas bombardeadas e destruídas; sobre os brinquedos quebrados e sobre as memórias perdidas.

Falou também da destruição dos Budas de Bamiyan no Afeganistão e das Torres Gêmeas em Nova Iorque (vamos fazer um post só sobre esse assunto, aguardem!) e mostrou vários projetos executados durante a sua carreira.

O projeto que vamos falar neste post será a restauração e adaptação em campus universitário do Fort Vauban na cidade de Nimes na França, projeto de 1991-95.

Escolhi para falar desse projeto por 2 motivos:

- Já falamos aqui no blog de uma intervenção na cidade de Nimes no post A importância do diálogo nas intervenções de restauro - Parte III.

- No post A importância do diálogo nas intervenções de restauro, finalizei colocando a questão abaixo:

"Seria válido apresentar um projeto que não atendesse ao edital do concurso? A resposta é sim. Apesar do risco de desclassificação há alguns casos de projetos vencedores com soluções mais bem resolvidas e que propunham novas diretrizes fugindo das impostas pelo edital."

O projeto, para restauração e adaptação do Fort Vauban do arquiteto Andrea Bruno em Nimes, foi vencedor de um concurso de arquitetura aonde ele propôs novas diretrizes, fugindo das que constavam no edital, acreditando que não só era importante a preservação do Forte, como também a preservação da memória do antigo presídio que funcionou no local até o ano de 1991. 

O partido do projeto buscou: o mínimo de demolições; revitalizar as construções pré-existentes; não apagar os traços do tempo e construções novas não sobrepostas às existentes. Além disso, as novas intervenções foram projetadas de forma a serem apoiadas e reversíveis e explicou que reversível não significa provisório, mas sim que possibilite novas adequações no caso de mudança de uso ou novo programa.

Abaixo imagens do projeto.

Croqui

imagem aérea google earth
Passarela de acesso sobre o antigo fosso do Forte
À esquerda nova edificação.
À direita edificação revitalizada.
Teatro com estrutura de fácil reversibilidade (no caso de mudança de uso ou novo programa)
Conforme falei no começo do post, foram 5 dias de ricos debates. O projeto da Universidade de Nimes foi apenas um dos vários bons projetos apresentados no encontro, mas continuem acompanhando o nosso blog pois postaremos interessantes temas discutidos no ArquiMemória 5.

* imagens da web - acesso dez-2017

Postado por Cristiane Py

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